Quando as emoções encontram a complexidade de tax: insights de “Divertida Mente 2”

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Divertida Mente Tax

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Descubra como as emoções de "Divertida Mente 2" refletem os desafios no ambiente de tax e aprenda a gerenciá-las para melhorar sua rotina.

Durante o mês de julho, discutimos amplamente o filme “Divertida Mente 2”, com inúmeros artigos e memes. Após algum tempo de reflexão, percebi as profundas conexões entre as emoções abordadas no filme e os desafios enfrentados na área de tax.

A convivência com alunos e clientes, observando as lutas diárias nas rotinas de tax, muitas vezes me preocupa. São muitas as emoções e os obstáculos enfrentados. Nesse contexto, a análise desse filme pode servir como uma reflexão importante e um aprendizado valioso.

O cenário de “Divertida Mente” e suas emoções

O primeiro filme “Divertida Mente”, lançado em 2015, foi muito comentado e, inclusive, ganhou o Oscar de melhor animação. A história gira em torno de Riley, uma menina de 11 anos que se vê obrigada a mudar de cidade devido ao trabalho de seu pai.

O cenário principal do filme é o interior do cérebro de Riley, um tipo de painel de controle de suas emoções, com várias telas, botões e comandos. Riley e os demais personagens são guiados por cinco emoções: Alegria, Tristeza, Raiva, Medo e Nojo, que se revezam no comando das emoções.

Já “Divertida Mente 2” nos apresenta uma nova personagem: a Ansiedade. Ambientada dois anos após o primeiro filme, a história acompanha Riley, agora adolescente, enfrentando os desafios da puberdade, um dos períodos mais caóticos e confusos da vida. As emoções de Riley, representadas por personagens coloridos com suas próprias formas e vozes, até então gerenciavam os conflitos e confusões de maneira eficaz, escolhendo cuidadosamente quais memórias permaneceriam com ela.

Alegria, Raiva, Nojo, Tristeza e Medo, já habituados a operar o sofisticado painel de controle que gerencia o comportamento de Riley, enfrentam a chegada de novas emoções: Ansiedade, Inveja, Tédio e Vergonha.

Reconhecer e gerir as próprias emoções é o tema central dessa obra cinematográfica, o que nos leva a refletir: como estamos lidando com essas emoções no ambiente de tax?

Afinal, o ambiente de tax pode ser um grande catalisador de emoções. Quem nunca se deparou com o tédio diante de tarefas repetitivas, crises de ansiedade por prazos apertados, vergonha diante de desafios não superados ou, até mesmo, inveja de colegas que receberam uma promoção ou realizaram algo que você desejava?

Vamos pensar juntos sobre essas novas emoções relacionadas no nosso dia a dia?

Divertida Mente tax

Vergonha

Em “Divertida Mente 2”, a vergonha é apresentada pela primeira vez. No contexto profissional, ela atua entre a autopreservação e o medo de assumir novas tarefas ou responsabilidades mais complexas.

Embora tenha sua importância, a vergonha pode ser paralisante, impedindo que profissionais talentosos mostrem seu potencial por medo de rejeição. No entanto, compreender que errar faz parte do processo e reconhecer esses erros como passos para a melhoria contínua pode transformar a vergonha em um fator positivo.

Inveja

Muitas vezes somos vistos como um departamento isolado e não reconhecido. Os últimos a serem consultados nos novos projetos, até mesmo rotulados como “chatos”, aqueles que emperram novos negócios. Por vezes, nós mesmos nos comparamos com outros departamentos tão elogiados por atenderem metas e impulsionarem a empresa. E aí abrimos espaço para essa emoção. A inveja pode surgir devido à percepção de injustiça, comparação constante com colegas e falta de reconhecimento.

Para os psicólogos evolucionistas, a origem da inveja está enraizada na sobrevivência e na reprodução durante a evolução humana. Eles acreditam que a inveja surgiu como um mecanismo adaptativo para auxiliar os indivíduos a identificarem e competirem por recursos escassos, como alimento, parceiros reprodutivos e posição social. Esse sentimento teria incentivado as pessoas a se compararem com os outros, impulsionando-as a melhorar sua posição no grupo, garantindo assim melhores chances de sobrevivência e sucesso reprodutivo.[1]

Entendo que essa é a emoção mais difícil de controlar, porque é a mais difícil de admitir. Ninguém gosta de cultivar essa emoção ou aceitar que de fato ela exista. A inveja é um sentimento humano universal, mas as pessoas adultas aprendem ao longo da vida a dissimulá-la, porque sabem que ela não é aceita.

Ambientes colaborativos com regras claras de bônus e reconhecimentos são eficazes para amenizar essa emoção, porém aqui dependemos de fatores externos da organização. Internamente, é importante celebrar os seus pontos fortes e do seu departamento e não idealizar outras áreas ou outros profissionais.

Todos enfrentam seus desafios e perrengues tanto como nós na nossa área de tax. Prestar atenção às circunstâncias do dia a dia que merecem nosso apoio e experimentar a empatia, a camaradagem, são passos importantes para transformar a inveja em sincera admiração e inspiração.

Tédio

Esse sentimento de desinteresse e apatia, quando presente em excesso, pode levar à síndrome de Boreout[2], que surge quando o ambiente de trabalho é monótono e subutiliza as habilidades do indivíduo. Isso pode resultar em queda na qualidade do trabalho, aumento do absenteísmo e alta rotatividade.

É crucial que empresas e gestores identifiquem esses sinais e criem um ambiente mais dinâmico para prevenir essa síndrome. Aqui, vale considerar o uso da tecnologia para automatizar tarefas repetitivas e investir tempo em atividades mais estimulantes.

Ansiedade

Considerada um dos principais transtornos da vida moderna, a ansiedade afeta mais de 300 milhões de pessoas no mundo. No Brasil, são 18,6 milhões de pessoas que sofrem desse transtorno, representando 9,3% da população, segundo dados de 2023 da Organização Pan-Americana da Saúde[3].

No ambiente corporativo, os principais causadores de ansiedade incluem excesso de tarefas, falta de reconhecimento, prazos apertados, metas inalcançáveis e um clima organizacional deficiente. No mundo agitado de tax, a ansiedade é acirrada por orientações divergentes dos órgãos públicos, incerteza jurídica, abusos em processos de fiscalização e falta de comunicação com as autoridades fiscais.

Embora nem sempre possamos controlar os fatores externos que geram ansiedade, como as mudanças no cenário tributário atual, é importante discutir formas de amenizar seus sintomas. Dois pontos fundamentais são a organização e a comunicação.

No ambiente de tax, lidar com múltiplas demandas de diferentes departamentos e órgãos externos torna o planejamento, o gerenciamento do tempo e a definição de prioridades essenciais. Uma boa organização pode minimizar imprevistos e, para quem sofre de ansiedade, isso traz maior tranquilidade no dia a dia.

Outra maneira de reduzir a ansiedade no trabalho é aprimorando a comunicação. Com tantos temas técnicos envolvidos, uma mensagem incompleta ou ambígua pode gerar inquietação.

Para evitar essas situações e o consequente mau-humor entre colegas, é fundamental desenvolver habilidades de comunicação, sendo assertivo tanto na escrita quanto na fala. Sempre que possível, opte por conversas presenciais, pois isso reduz a possibilidade de desentendimentos. Além disso, certifique-se de que não restaram dúvidas, para que todos possam trabalhar com segurança, algo essencial na nossa área.

As lições de “Divertida Mente 2” vão além do entretenimento e nos oferecem percepções profundas sobre como gerenciar nossas emoções e melhorar a comunicação no ambiente corporativo.


[1] https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5609545/

[2] https://www.humansolutionsbrasil.com.br/artigos/boreout

[3] https://g1.globo.com/saude/noticia/2023/02/27/por-que-o-brasil-tem-a-populacao-mais-ansiosa-do-mundo.ghtml

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